Arte e comida no mesmo lugar

Em Belo Horizonte, a fronteira entre arte e gastronomia tem se tornado cada vez mais tênue. Há restaurantes em que o olhar percorre o prato e segue pelas paredes, em espaços que funcionam ao mesmo tempo como galerias e ponto de encontro de artistas, chefs e colecionadores.

Na Casa da Agnes, a relação é literal. As obras expostas são da própria chef Agnes Farkasvolgyi, também artista plástica. Pinturas e esculturas ocupam o salão, dialogando com a estética do bistrô e com os pratos autorais que ela cria. Todas as peças estão à venda, e o espaço muda de fisionomia a cada nova leva de trabalhos, transformando cada refeição em uma visita de ateliê.

No Gabo, bar e restaurante de espírito boêmio, as paredes abrigam obras do artista Pedro Mazzighni, também em cartaz na Casa Azeite. Entre taças de vinho e petiscos compartilhados, o público encontra pinturas e desenhos que traduzem o mesmo senso de experimentação que permeia o cardápio e o ambiente.

Já no Tom, de Ana Clara Valadares, a arte extrapola o espaço interno. São as obras do CURA – Circuito Urbano de Arte que cercam o restaurante, em grandes empenas no coração do centro da cidade. De dentro, o comensal é espectador privilegiado desse museu a céu aberto, onde o cotidiano se mistura com as cores e os traços de artistas contemporâneos.

Mais do que cenário, nesses endereços a arte é parte do conceito, do ritmo e da experiência. Comer bem e ver arte é uma combinação que, em BH, encontra cada vez mais mesas.