Quando a coquetelaria também é protagonista
Se antes os vinhos ocupavam o lugar de prestígio absoluto nos restaurantes, hoje a coquetelaria assume espaço equivalente — e, em muitos casos, conduz a experiência. Cartas autorais deixam de ser complemento e passam a expressar identidade, técnica e narrativa, em diálogo direto com a cozinha.
No Tom, bar e cozinha falam a mesma língua
Para Túlio D’Angelo, do Tom, os drinks expandem possibilidades de sabor e alcançam públicos distintos. A carta nasceu paralelamente ao cardápio, com o objetivo de criar uma experiência coesa — não apenas em paladar, mas também em propósito. A sustentabilidade é parte da equação: o Vertigem, por exemplo, utiliza flores de alfavaquinha que antes seriam descartadas e uma cachaça passada por fatwash com a banha usada em preparos da cozinha.
Ainda assim, é o Altiplano que se tornou símbolo da casa: tequila, acerola fresca e borda de flor de sal com páprica defumada — simples, vibrante e brasileiro.
Na Casa Azeite, o público escolhe o autoral
Iolanda percebe uma mudança clara no comportamento dos clientes: “imaginava que os clássicos teriam mais saída, mas os autorais são os mais pedidos”. A carta reúne cinco clássicos, cinco autorais e um menu de degustação, e muitos dos drinks nasceram de memórias e situações pessoais. Entre eles, o Guimarães Rosa traduz o espírito da casa: uma releitura do Fitzgerald que substitui o limão-siciliano pelo limão-capeta e troca o escritor inglês por um mineiro — criatividade com identidade local.
No Gabo, coquetelaria latina como marca
No Gabo, o protagonismo do bar vem da estética e da energia latina — sem a pretensão da harmonização rigorosa, mas com perfis que conversam naturalmente com o cardápio.
“O coquetel que define melhor a casa é o Picante de la Casa”, conta Guilherme. À base de tequila com limão, pimenta dedo-de-moça e coentro, é herbal, picante, defumado e surpreendentemente refrescante.
A carta é organizada em três estruturas — picantes, frutados e clássicos — para garantir diversidade sem perder coerência. A ideia não é acompanhar cada prato, mas sustentar a vibração da casa: intensidade, cor e uma coquetelaria que não pede licença para existir ao lado da cozinha.
Serviço
Endereço: Av. Amazonas, 1049 – loja 70 – Centro, Belo Horizonte
Instagram: @tomcozinha
Casa Azeite
Rua José Pedro Drumond, 56 – Floresta – Belo Horizonte – MG
Capacidade: 80 lugares
Funcionamento: terça a sexta, 18h30 às 23h; sábado, 16h30 às 23h (cozinha encerra 30 min antes)
Instagram: @casa.azeite
WhatsApp: (31) 99248-5993
Gabo
Avenida Cristóvão Colombo, 336, Savassi, Belo Horizonte
Terça e quarta, das 18h às 23h
Quinta e sexta, das 18h à meia-noite
Sábado, das 12h à meia-noite
@casa.gabo.bh


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